O Saara é uma caixinha de areia
Diante do deserto que me deparo,
Frente ao vazio que me permeia,
E a solidão que me tem cercado.
É a abstinência de um abraço
Que, com teu calor me esnoba.
E, pra mim, só restam as sobras
E a solidão, fria feito puro aço.
Aparta-te de mim, solidão severa e cruel
Que me afasta d’um oásis milagroso
E deixa em minha boca um gosto de fel
Liberta-me do sofrimento do coração
E da angústia de não ter mais chão,
Permita-me, assim, retornar ao meu Céu.