terça-feira, 11 de setembro de 2012

Abraço

Existe aqui a necessidade da continuidade de um abraço.
Não um abraço de boas vindas,
Nem de despedida,
Nem de felicitação,
Nem de consolação.
Apenas um abraço inesperado e sem motivos.
Apertado e demorado,
Como todo bom abraço...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Apenas

O tempo é uma criança caprichosa que insiste em me pregar peças.
Ninguém nessa vida consegue vencer essa criança, a não ser que tenha anseios que ultrapassem a própria vida.
O tempo não se repete. Apenas passa.
Há apenas uma direção para essa criança mimada. 
Só nos resta aceitar e conviver com isso.
Apenas para o surreal o tempo é insignificante. 
Apenas isso.
Apenas.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Olhar

"Olhar"
Já percebeu que essa pequena mania
pode nos despertar um sentimento grandioso
como o Amor?
O "Olhar" é muito mais que uma mania.
Um "Olhar" leva a pessoa a sonhar sem
estar dormindo.


Por Bruna Tigre

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Inocência

Oh! Linda e Doce Inocência!
Tão Linda a ponto de emitir um brilho tênue, 
mas notório.
Tão Doce que me faz viajar de volta a minha infância 
num breve momento de nostalgia.
Tão Inocente que me faz transpor as barreiras impostas
pelo tempo e me sentir mais maduro que deveria.
És meu Encanto! Pura e simplesmente.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Rotina

E com a rotina sempre vem a noite.

A cada noite um novo sonho...
A cada sonho um novo querer...
A cada querer uma nova esperança...
A cada esperança uma nova manhã...
E a cada manhã uma nova realidade.

E com a realidade vem o desejo...
O desejo pelo encantamento...
O encantamento exercido pelo proibido...
O proibido por ninguém...
Um ninguém tão presente...

Presente em minha rotina.

E com a rotina sempre vem a noite.



Leitores, desculpem pela melancolia deste último post.
"A gente escreve o que sente"

terça-feira, 3 de julho de 2012

O CONTO DE ÉNEGHOR, O ANDARILHO – SOBRE ENCANTO E ENCANTOS


         
            Durante a Era anterior à contagem dos anos, Éneghor, o jovem príncipe de Valafar, vivia angustiado. Ele sentia que lhe faltava algo, que ainda não estava completo. Em sua vida faltava o Encanto. Não era o encanto das fadas, nem a magia dos feiticeiros e dos magos. Era, definitivamente, algo mais poderoso.
            O senhor do reino de Valafar, o rei Ebénethor, sentia que seus dias estavam chegando ao fim e chamou seu filho Éneghor à sua presença, no salão principal da fortaleza de Juugher, capital do reino, a fim de prepará-lo para a assunção ao Trono:
            - Éneghor, filho de Ébenethor, O Sábio! Ouça o que digo: Estou vivendo o fim de meus dias! Logo me encontrarei com nossos antepassados no Outro Lado, mas antes disso acontecer, tenho de lhe incumbir uma importante, porém simples tarefa! Você deve subir ao Trono e receber minha benção, como roga a tradição.
            - Pai! – respondeu o príncipe – Sabes que seria uma grande honra para mim aceitar tal responsabilidade. E somente meu coração sabe o quanto a quero; mas também é somente meu coração que sabe a dor que me aflige. Como poderia um rei governar não estando em paz consigo mesmo? Não te ofendas, Ébenethor, O Sábio, herdeiro da casa de Anturiel, O Bravo. Tenho que cumprir minha Demanda antes de minha assunção ao trono. Suplico que permita que eu parta por todo o reino de Valafar e além dele, se necessário, para que eu alcance meu objetivo.
            - E qual é seu objetivo, Éneghor, último descendente de Anturiel?
            O príncipe prontamente responde, decidido:
            - Encontrar o que não está escondido. Decifrar o indecifrável. Ver o invisível. Cheirar o inodoro. Ouvir o inaudível. Andar sobre as águas. Cavalgar pelos ares. Meu objetivo ainda é um tanto obscuro em minha mente, mas meu coração me guiará, certamente. Ele é como um pergaminho que nunca li: entenderei com a leitura, com a experiência. Peço que me deixe partir!
            Fazendo valer o seu título, Ebénethor pondera longamente sobre a partida de seu único filho rumo ao desconhecido. Após um prolongado silêncio, diz:
            - Enfim, vejo que não me haverá alternativa senão permitir que parta. Entretanto, não temos muito tempo. Sou um homem velho e meu tempo logo se extinguirá. A busca da sua Demanda deverá durar no máximo um ano. Mandarei os faunos, meus arautos, os batedores mais rápidos do reino, para anunciar em toda Valafar sobre a partida de meu unigênito. Em quinze dias sua jornada deverá ter início, mas até lá prepare seu corpo e seu espírito. Desafios virão e mesmo que seu corpo resista, sua mente deverá se manter sempre firme e seu espírito inabalável.
            - Nunca conseguirei agradecê-lo por isso, meu Pai! - disse Éneghor abraçando subitamente o rei em seu trono e beijando-lhe a face.
            - Lembre-se, filho amado: Apenas um ano é o que me resta, segundo o Oráculo de Juugher! Se ultrapassar esse prazo, qualquer um dos Lordes Feudais poderá reivindicar o Trono de Valafar.
            Com um fogo jamais visto no olhar do príncipe, este respondeu:
            - Empenharei todas as minhas forças nesta Demanda!
            E virou-se para fazer os preparativos para sua jornada.
            Por quatorze dias os cem emissários do rei percorreram toda a extensão do reino, enquanto Éneghor treinava incessantemente. Ao fim do décimo quarto dia, o príncipe foi ter com o Rei:
            - Meu senhor! Devo partir antes da aurora. O vento do crepúsculo me trouxe maus presságios! Sinto que devo partir o quanto antes. Meu coração está inquieto.
            - Então apronte tudo filho! – respondeu o Rei – E saia pelos portões do sul, onde a sombra da Floresta das Trevas lhe protegerá até o vale do Grande Rio. Deixarei ordens aos guardas do portão para que não lhe impeçam ou indaguem nada.
            - Tenho um último pedido a fazer antes da minha partida, grande rei! Dê-me tua benção e unge minha fronte com teu sangue.
            O Rei Ebénethor levantou-se imponente de seu trono, empunhou a Romper da Aurora, a Espada Real e, tal qual Arthur, empunhando a Excalibur, consagrou Lancelot como seu cavaleiro, brandiu-a sobre a cabeça de Éneghor dizendo solenemente:
            - Eis aqui Éneghor, O Andarilho! Eu, Ebénethor, O Sábio, Rei de Valafar, descendente de Anturiel, O Bravo, lhe consagro Cavaleiro Maior da casa de Anturiel. Batize agora sua espada!
            Oferecendo sua espada ao rei, O Andarilho proclama:
            - Eis minha espada: Aurora Eterna! Que ela sirva à casa de Anturiel!
            Dito isso, despediu-se do pai, e recolheu-se em seus aposentos.
Antes dos primeiros raios de sol, O Andarilho já cavalgava silencioso rumo ao portão Sul de Juugher. Ao se aproximar gritou, sem reduzir a velocidade:
- Anturiel! Anturiel!
E os guardas rapidamente abriram o portão e o fecharam após a passagem do jovem príncipe.
Éneghor, O Andarilho, percorreu todo o reino de Valafar em meio ano. Nesse período aprendeu a bela língua élfica, herbalismo e preparo de poções básicas e intermediárias, fez amigos de diversas raças: anões, elfos, humanos e até gigantes. Mas encontrou muitas dificuldades impostas pelos senhores das províncias onde passou. A maioria deles ficou sabendo de sua jornada através dos arautos. E logo trataram de tramar contra a vida do Príncipe Andarilho.
Mas graças aos presentes ganhados nos lugares em que passou, como uma cota de mithrill feita por mãos de anões, um escudo forjado pelos gigantes de Beira-mar e às cordas élficas tecidas na Cidade Oculta da Floresta das Trevas, e a sua força de vontade, Éneghor conseguiu vencer seus empecilhos.
Com o início do sétimo mês, ao passar sob a sombra das Montanhas Escuras, o príncipe foi encurralado contra a encosta do Pico Vermelho, a montanha mais alta da cordilheira, por um grupo de orcs do deserto. Grande parte do grupo caiu durante o embate e o restante fugiu. Mas o Príncipe fora atingido por uma adaga envenenada.
Movido pelo desejo de findar sua Demanda, O Andarilho ainda se pôs sobre o cavalo e se prendeu ao equipamento de montaria. Sob um comando o cavalo retornou à Vingard, o último vilarejo que passara, onde foi recebido por um hobbit que morava ali e fizera amizade dias antes. Lá recebeu comida e bebida, cuidados e repouso.
Três meses foi o tempo necessário para Éneghor se recuperar. Nesse meio-tempo, havia perdido as esperanças de terminar sua jornada por Valafar. Assim que estava totalmente recuperado, decidiu voltar à capital do reino, desejando nunca ter partido. Chamou o Senhor Barrafim, o hobbit que o hospedara, para ter uma conversa:
- Senhor Barrafim, sou grato por sua hospitalidade e cuidados. Mas, temo que deva voltar logo à casa de meu pai. Seus dias são escassos e tenho uma promessa a cumprir. Mas fique sabendo: a casa de Anturiel sempre será grata a você e sua vila. Assim que meu reinado tiver início, Vingard será promovida a Primeira Instância de Valafar. Adeus, meu velho!
- Adeus, jovem príncipe – respondeu o anfitrião – e que a nossa amizade perdure por longos anos!
- E que assim seja! – respondeu O Andarilho dando as costas.
Ao sair, deparou-se com um bardo que cantava uma canção triste, que contava a história de uma mulher da linhagem das estrelas que havia sido aprisionada pelo Senhor das Planícies do Medo, do outro lado das montanhas Sombrias e que lá era mantida apenas para o deleite do tirano Mordock.
Imediatamente o coração do príncipe se encheu de esperança e receio. Após o fim da canção, interrogou o bardo:
- Saudações, amigo! Diga-me rápido, pois tenho pressa em minha Demanda! Essa história que tu cantas é verdadeira ou devaneios da imaginação de um vivente?
- Ora, ora, jovem cavaleiro! – retrucou o bardo - É educado que se apresente, antes de tudo e qualquer coisa. Pois bem! Não responderei coisa alguma, a não ser que me mostre ser um homem de valor!
Rapidamente, o príncipe replicou:
- Sou Éneghor, O Andarilho! Sou filho de Ebénethor, O Sábio, rei desta terra onde pisa e de tudo que vai até além de onde a vista alcança! E se estas palavras não foram suficientes para provar o meu valor, que este seja provado pela minha espada, a Aurora Eterna!
De imediato o bardo prostra-se de joelhos, com a face colada ao chão, dizendo:
- Mil perdoes Alteza! Este pobre estrangeiro não sabia que falava com pessoa de tamanha nobreza. Diga-me em que lhe posso ser útil.
- Já fiz minha pergunta e não vou repeti-la! – disse o príncipe irritado.
- Oh, sim! Mais uma vez, me perdoe! – tremeu o menestrel – Onde eu estava com a cabeça!? Céus! Deve ser a idade que avança... Sim! Minha canção! É verdadeira, sim senhor! Eu mesmo já vi o brilho da Estrela Matutina e provei do encanto que provém dela. Mas não tome as Planícies do Medo como caminho. Aquele lugar é maldito!
- Que seja maldito mil vezes! – disse Éneghor brandindo a Aurora Eterna num brilho azul – Jamais esqueça esse momento, viajante! Em breve cantará a história do Andarilho por toda a Terra. Vá agora à casa de meu pai e diga que seu filho ainda vive e que em breve estará terminada a minha Demanda.
E partiu imediatamente à cavalo rumo às planícies do Medo. E na direção contrária, partiu Jintoorn, o Bardo, em direção à Juugher, onde mais tarde seria nomeado Porta-Voz do rei Éneghor.
Incansável, O Andarilho contornou as Montanhas Escuras para chegar às Planícies do Medo.
Toda a aventura d’O Andarilho nas Planícies do Medo é narrada em ÉNEGHOR CONTRA O TIRANO DO MEDO.
Enfim, Éneghor salvou Elend, a filha da primeira estrela da noite, a primeira estrela cadente de todas as Eras.
O Andarilho levou Elend dentro do prazo estipulado por Ebénethor, O Sábio, Senhor das terras de Valafar, cumprindo, assim, sua Demanda. Elend ficou conhecida como A Estrela de Valafar. O reinado de Éneghor foi longo e prodigioso. Após sua assunção, o Rei Éneghor rebatizou sua espada, chamando-a Estrela-guia, e construiu o Templo da Estrela de Valafar, onde sua esposa Elend deu a luz a três constelações. Em seguida, puniu os Senhores das Províncias do reino que atentaram contra sua vida e entregou as Províncias a homens, anões, elfos e gigantes valorosos que conheceu durante sua jornada. Cumpriu a promessa feita a Barrafim, o Hobbit e nomeou Jintoorn, o Bardo, Porta-Voz de Valafar.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Bicho-de-Pedra-Azul (mini-cordel)


Aqui em Cândido Sales
No estado da Bahia
Desde sempre se ouviu
Falar de livusia
Boatos que deixam o povo
Em estado de agonia.

Reza a lenda que um dia
Numa cidade mais ao sul
Um rapaz que virou mito:
O tal Bicho-de-Pedra-Azul
Era capaz de se mudar
Até mesmo em urubu.

Há quem diga que é mentira.
Há que diga que já viu
E até hoje ‘inda tem medo,
Sentem até calafrio,
Do bicho que se transforma
No calor e até no frio.

Um senhor disse uma vez
Que viu ele virado porca
Com a carreira que levou
Ficou até de cara torta.
Quando chegou correndo em casa
O bicho quase quebra a porta.

Vez em quando ele mudava
Num moço bem elegante
Só pra comer comida boa
Que só tem em restaurante
E a conta ele mandava
Pra família bem distante.

Hoje em dia o povo diz
Que o bicho sossegou
Que ele não muda mais
E a atentação acabou
Que ele foi descansar no mar
Já que seu tempo expirou.


Este cordel foi feito para o espetáculo  "UMA PONTE PARA NOVA CONQUISTA" da CIA de Teatro Trancos e Barrancos. Durante a montagem, foi convertido para um modelo de teatro de Rua.

Tempo

Tempo.
O tempo.
O tempo passa.
Meu tempo passa.
Passa o tempo.
Passatempo.
Passou.
Passado.
Passatempo.
Passa o tempo.
Passou.



06/09/2011
16:52.