segunda-feira, 15 de abril de 2013

Embace meus óculos



O evento de embaçamento de superfícies espelhadas é explicado pela física como sendo causado pelo vapor de água que entra em contato com uma superfície mais fria, deixando de ser vapor e se tornando água no estado líquido novamente.

Então permita que nosso abraço
Preencha-nos de tanto calor
Que derreta até o ferro e o aço
E reacenda o nosso amor.

Me aqueça e evapore
Cada gota d’água ou suor
Que saia por meus poros
E torne meu dia melhor!

A cada beijo que me dá
Perco meus ângulos e cálculos!
Só me resta agradecer
Por ter embaçado meus óculos!

E antes de ir embora
Esqueça nossos obstáculos!
Te imploro nesta hora:
Por Deus, embace meus óculos!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Relicário do Amor


A epifania da bailarina
Atrai-me tanto a atenção!
Faz o poeta perder a rima,
Perde os freios, o coração.

Com ela no palco o mundo some,
O tempo pára! Agora só eu e ela.
Enquanto ela dança, meu sangue ferve.
Com o fechar da cortina, meu corpo gela.

Contemplo tão bela flor
Que tem postura tão indiferente!
Relicário de nosso amor,
Amor que não sei se sente...

Ah! Se pudesse tê-la nos braços!
Até com o mundo romperia...
Paixão na cama, à noite
E amor à mesa, ao dia!

E se eu morrer antes disso,
Conceda-me o funeral de um rei!
Em meu epitáfio quero o nome
Da bailarina que eu amei.

Candidossalense de São Salvador

Sem ter sido advertido,
Sem ter sequer uma notificação,
Deus, menino travesso,
Aprontou comigo!
Me fez só de pólo invertido
E – acredite! – foi só por diversão.

Nasci sem eira e nem beira
Sem ter momento, nem hora
Moldado do barro do Céu
E jogado cru no mundo
Dentro de um ventre profundo
Pelas mãos de Nossa Senhora.

Nascido em São Salvador
A primeira do Brasil, hoje capital do Estado.
Nasci num berço de amor
De uma família sem riqueza
Mas sempre andei bem limpo
E também bem trajado.

E como o tempo passa rápido!
Já com vinte anos nas costelas,
Menino-homem, feito ator
Interpretando amor e dor
Vivo entre praças e favelas
Fazendo teatro e batendo panelas.

Inspirado por Zé Carlos Lima – meu tio –
Que de bons causos é contador,
Por Jerre Adriano e Danilo Bandeira
Os dois poetas, um professor.
Sou Eliwelton Lima,
Faço teatro e poesia,
E sou candidossalense de São Salvador.


Esta é uma homenagem aos artistas de Cândido Sales, muito bem representados por Jerre Adriano, Danilo Bandeira e José Carlos Lima,meu saudoso tio.

Resultado de um sonho estranho.

Acordei muito bem hoje!

Indo pro trabalho, passei pela feira, como de costume - não que eu goste de caminhar em meio a frutas, pessoas, roupas e carnes... É o caminho mais curto. -.
Passandopor uma barraca de CDs/DVDs lembrei de um disco que queria comprar...
Não encontrei na primeira e o vendedor me aconselhou a descer mais um pouco e que provavelmente encontraria.
Alguns passos depois paro noutra barraca e pergunto:
- Rapaz, tu tem o DVD "Estação Sambô" aí?
O cabra me olha tipo "PokerFace":
- Hmm... Eu só vendo meias!
E eu:
'~'

É! Acordei muito bem hoje!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Inspiração indesejada

Lágrima:
A menor partícula da dor.
O átomo do sofrimento.