segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Minha menina

Descubro em ti
A essência do amor...
E quero pra mim
De qualquer jardim
A mais bela Flor.

Amores-perfeitos,
Lavanda e jasmim.
Mais puro desejo:
Sentir o teu cheiro
Óh, Rosa Carmim.

Sua beleza rara
Que cura meu peito,
Que sara minha chaga,
Pra salvar minh’alma
Ao teu lado me ajeito.

Sentimento bendito,
Minha doce menina,
Enamorei contigo
Seja feliz comigo
Sou teu, Carolina!

sábado, 16 de novembro de 2013

Temporal

Passa depressa o tempo
em seu passatempo
me passa 
pra trás

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Arde.cidade

Arde
o ar de 
ardilosidade
na língua
dessa cidade.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Publicação do dia 15 de agosto no meu perfil do Facebook

"Estou há mais de meia hora tentando digitar esse texto, sem ser agressivo, mas de forma que fique clara minha opinião e principalmente minha indignação.

Pois bem,
como tem se tornado rotina para os atores da CIA de Teatro Trancos & Barrancos, saí do ensaio por volta da 00:00h, e procurei algum lugar em que pudesse lanchar, antes de ir pra casa.
Passando pela praça central da cidade, encontrei um menino que costuma perambular por lá até altas horas... A fome parecia ser uma constante em seu olhar. Convidei-o a lanchar comigo e me fazer companhia.
Fomos à única lanchonete aberta até o momento, na qual, rotineiramente, uma kombi costuma ficar parada logo em frente, até o fim do expediente, esperando pelos donos do estabelecimento.

O flagelo da noite começou a partir do momento que entrei nesse lugar!

Ali, percebi - na verdade, acho que vi cara a cara - a capacidade de que as pessoas têm de marginalizar quem já vive às margens da sociedade. O poder de invisibilizar o outro que as pessoas conseguem demonstrar.
Contemplei, de fora, a pior faceta do ser humano: o PRECONCEITO.

Ali, naquela 'singela' lanchonete, vi nos olhares dos proprietários o nojo para com uma pessoa que vive sempre no limite. Olhares que acusam. Olhares que julgam. Olhares que dilaceram a alma.
Ali, naquela 'singela' lanchonete, vi nas expressões constrangidas dos funcionários o quanto a relação para com o patrão parecia, de certa forma, subserviente ao extremo.

O garoto foi enxotado de perto da tv, da mesma forma com que se manda um bandido à cadeira elétrica. Ele foi mandado sentar à distância, como um cão que rasgou o papel higiênico ou molhou o chão do banheiro ao tentar beber água da privada. Ele foi ignorado por todos, como tentamos ignorar um mosquito que zumbe debaixo da coberta...

Permaneci no local por dois motivos:
1- Eu estava com fome.
2- Ele estava com fome [e, sinceramente, eu não sabia quando ou se ele tinha feito alguma refeição hoje - entenda ontem].

Assim, pedi dois salgados, um pra cada e um suco de laranja.
Comemos os dois primeiros enquanto o suco ficava pronto. E pra surpresa geral da nação [#SóQueNão], a funcionária que nos atendeu trouxe apenas UM copo ao servir uma jarra de suco de quase 1 litro.

PUT A KEEP ARE YOU!

Será que ela não sabe contar?
Suspeito que saiba! Só suspeito...

Pra enfeitar ainda mais o ambiente, a hipocrisia e a dissimulação tomaram conta do ambiente. Enquanto comigo o tratamento eram com "Quer mais alguma coisa, querido?", "Precisa de algo, bonitim?", Com o pobre desgraçado era coisas como "Vai comer um kg de meu ketchup?" - que, diga-se de passagem, poderia ser chamado, sem prejuízos, de "água-chup".

Enfim, enquanto comíamos o segundo salgado e eu tentava digerir a situação, conversava com o garoto. Ao nos despedirmos, ele me agradeceu e disse:

"Tio, me dá uma chuteira pra eu poder jogar bola?"

Vi naquele rapazinho, milhares de jovens brasileiros que vivem com o sonho de se tornar jogador de futebol. Vi nele a possibilidade de mudança.
Mas, ao que me parece, se depender de pessoas como as que vi hoje, repletas de valores familiares, religiosos e sociais, que fecham seu comércio na sexta a noite por conta de sua religião, que valoriza os capitalizados e subverte os anseios dos marginalizados a fim de garantir, ao menos, sua permanência em seu degrauzinho minúsculo da gigantesca pirâmide social que rege todas as relações econômicas e trabalhistas nesse país, esse Garoto, não tem perspectiva nenhuma de realizar seu sonho.

Meu coração foi dilacerado por 11 reais de lanche."

https://www.facebook.com/eliweltonlima/posts/574211972635482

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Efeito Negativo

Efeito Negativo.
Tornar Negativo.
Dar Negatividade.
Negatividade.
Nega Atividade.
Negar Atividade.
Dormir!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Alma Sangria

Essa alma sangrenta
Perdia suas asas
Numa luta violenta
Contra o fio da Espada!

Maldita Palavra
Na boca apontava
Mal dita, ó Palavra
Minh'alma, marcava!

Jorrava a essência da alma em vermelho,
E refletia seu algoz com a pureza dum espelho
Misturada à fétida humanidade numa relação agourenta.

Dessa solução extraia seu prazer, sua agonia,
E viciava a carne humana em sua própria sangria
Dando cabo a tua existência de maneira incruenta.

domingo, 1 de setembro de 2013

Morena Faceira

Balança na ginga
Morena faceira.
Detém a mandinga
Do Axé-capoeira.

Teu canto, oh sereia
Me faz curioso.
Mas quando se cala
Me deixa choroso.

Me diga, hoje – eu suplico! – este teu segredo
Desfaz essa angústia – ‘inda não sou teu brinquedo.
Se não o fizer, por tua culpa, perderei a razão!

Acaba com essa agonia que corrói meu peito!
Essa é a solução, Morena, não há outro jeito:

Troco esse teu segredo por meu coração.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Um João-Ninguém por aí...

Todos estão a trabalhar,
E ele, mesquinho, mão de vaca,
murrinha, sovina, mão fechada
Só quer saber de reclamar.

Só quer saber de "Venha a nós"
Não conhece o "repartir".
Até quando trabalha só
Quer seu trabalho dividir

Falar alto é seu forte,
mas não escuta ninguém.
Incomoda até a Morte,
Mesmo esta, no Além!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ditadura da mediocridade

A beleza da simplicidade
Dos gestos mais triviais
Se esvai pela mediocridade
De sofisticados banais

Acordar e entender
Que há alguém que manipula.
Silenciar e perceber
Que ainda há uma ditadura.

Esteticista visão

Ver a vida por olhos opacos,
É cavalgar por campos desertos,
É o voar pelo céu de São Paulo,
É viver em função do estético.

Su-jeito

Sujeito
Sem jeito
Se ajeita
E ajeita
A seu jeito
Sua
Sujeira
Porque é o jeito.
Ponto.

Myla-inspiração

Linda princesa,
Minh'alma sibila
Por esta beleza
Que atende por Myla.

Da cor do pecado
É tua pele morena.
Teu belo sorriso
Inspirou um poema.

sábado, 15 de junho de 2013

Soneto do Retorno

O Saara é uma caixinha de areia
Diante do deserto que me deparo,
Frente ao vazio que me permeia,
E a solidão que me tem cercado.

É a abstinência de um abraço
Que, com teu calor me esnoba.
E, pra mim, só restam as sobras
E a solidão, fria feito puro aço.

Aparta-te de mim, solidão severa e cruel
Que me afasta d’um oásis milagroso
E deixa em minha boca um gosto de fel

Liberta-me do sofrimento do coração
E da angústia de não ter mais chão,
Permita-me, assim, retornar ao meu Céu.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Desejo

Tua cintura, eu enlaço
Te prendo num abraço
Outra mão no pescoço,
Te beijo gostoso.
                         
Se acende uma chama,
Um convite pra cama
Te trago com jeito,
Te mostro meu leito.

Me entrego ao desejo
E o teu corpo, eu beijo.
Vou tirando tua roupa
Te deixando louca.

Esqueço o amanhã
E tiro seu sutiã.
Lhe mordo um mamilo
E lhe arranco o juízo.

Aos teus seios me dedico
Pra curtir teus gemidos.
Meu deleite, meu prazer,
É lhe ver contorcer.

Tua calcinha jaz no chão,
E pra aumentar o tesão
Faço um oral bem molhado
E saio todo lambuzado.

Só depois de tu gozar,
De tremer e gritar,
Me encaixo por cima
Pra completar nossa sina.

E finalmente eu decido
Usar meu membro rijo
E te penetrar bem fundo
E esquecer todo mundo.

Depois de muito vai-e-vem
E vontade de ir além
Meu corpo sofre espasmos,
E reconheço meu orgasmo.

E pulsando lá no fundo
Te convido a gozar junto.
E como dois apaixonados,
Amanhecemos abraçados.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Embace meus óculos



O evento de embaçamento de superfícies espelhadas é explicado pela física como sendo causado pelo vapor de água que entra em contato com uma superfície mais fria, deixando de ser vapor e se tornando água no estado líquido novamente.

Então permita que nosso abraço
Preencha-nos de tanto calor
Que derreta até o ferro e o aço
E reacenda o nosso amor.

Me aqueça e evapore
Cada gota d’água ou suor
Que saia por meus poros
E torne meu dia melhor!

A cada beijo que me dá
Perco meus ângulos e cálculos!
Só me resta agradecer
Por ter embaçado meus óculos!

E antes de ir embora
Esqueça nossos obstáculos!
Te imploro nesta hora:
Por Deus, embace meus óculos!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Relicário do Amor


A epifania da bailarina
Atrai-me tanto a atenção!
Faz o poeta perder a rima,
Perde os freios, o coração.

Com ela no palco o mundo some,
O tempo pára! Agora só eu e ela.
Enquanto ela dança, meu sangue ferve.
Com o fechar da cortina, meu corpo gela.

Contemplo tão bela flor
Que tem postura tão indiferente!
Relicário de nosso amor,
Amor que não sei se sente...

Ah! Se pudesse tê-la nos braços!
Até com o mundo romperia...
Paixão na cama, à noite
E amor à mesa, ao dia!

E se eu morrer antes disso,
Conceda-me o funeral de um rei!
Em meu epitáfio quero o nome
Da bailarina que eu amei.

Candidossalense de São Salvador

Sem ter sido advertido,
Sem ter sequer uma notificação,
Deus, menino travesso,
Aprontou comigo!
Me fez só de pólo invertido
E – acredite! – foi só por diversão.

Nasci sem eira e nem beira
Sem ter momento, nem hora
Moldado do barro do Céu
E jogado cru no mundo
Dentro de um ventre profundo
Pelas mãos de Nossa Senhora.

Nascido em São Salvador
A primeira do Brasil, hoje capital do Estado.
Nasci num berço de amor
De uma família sem riqueza
Mas sempre andei bem limpo
E também bem trajado.

E como o tempo passa rápido!
Já com vinte anos nas costelas,
Menino-homem, feito ator
Interpretando amor e dor
Vivo entre praças e favelas
Fazendo teatro e batendo panelas.

Inspirado por Zé Carlos Lima – meu tio –
Que de bons causos é contador,
Por Jerre Adriano e Danilo Bandeira
Os dois poetas, um professor.
Sou Eliwelton Lima,
Faço teatro e poesia,
E sou candidossalense de São Salvador.


Esta é uma homenagem aos artistas de Cândido Sales, muito bem representados por Jerre Adriano, Danilo Bandeira e José Carlos Lima,meu saudoso tio.

Resultado de um sonho estranho.

Acordei muito bem hoje!

Indo pro trabalho, passei pela feira, como de costume - não que eu goste de caminhar em meio a frutas, pessoas, roupas e carnes... É o caminho mais curto. -.
Passandopor uma barraca de CDs/DVDs lembrei de um disco que queria comprar...
Não encontrei na primeira e o vendedor me aconselhou a descer mais um pouco e que provavelmente encontraria.
Alguns passos depois paro noutra barraca e pergunto:
- Rapaz, tu tem o DVD "Estação Sambô" aí?
O cabra me olha tipo "PokerFace":
- Hmm... Eu só vendo meias!
E eu:
'~'

É! Acordei muito bem hoje!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Inspiração indesejada

Lágrima:
A menor partícula da dor.
O átomo do sofrimento.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Vida vazia


Falar de amor
E não saber amar
Falar de dor
E nunca ter sofrido

Falar da lágrima
Sem ter porque chorar
Falar da vida
Sem sequer ter vivido

Mostrar uma felicidade sem igual
Um sofrimento gutural
Somente pra provar que sente.

Pra fugir d’uma vida vazia
O tal poeta de hoje em dia
Mente tão descaradamente.